Oi semideuses!!Como vão todos?Da ultima vez, eu postei a primeira corrida de bigas, agora, estou postando a segunda, bem, espero que gostem!!
"Subi na biga e fiquei em posição bem na hora em que Quíron deu a largada. Os cavalos sabiam o que fazer. Disparamos pela pista tão depressa que eu teria caído da carruagem se meus braços não tivessem enrolado nas rédeas de couro. Annabeth se segurou firme no parapeito. As rodas deslizavam lindamente. Entramos na primeira curva com uma biga inteira de vantagem sobre Clarisse, que estava ocupada tentando se defender de um ataque de dardo dos irmãos Stoll na biga de Hermes.
– Nós os pegamos – gritei, mas foi cedo demais.
– Chegando! – gritou Annabeth.
Ela lançou seu primeiro dardo no modo arpéu, jogando longe uma rede com pesos de chumbo que teria envolvido nós dois. A carruagem de Apolo chegara ao nosso lado. Antes que Annabeth pudesse se armar de novo, o guerreiro de Apolo lançou um dardo contra nossa roda direita. O dardo se despedaçou, mas não sem antes arrebentar um dos raios. Nossa biga deu uma guinada brusca e oscilou. Tive certeza de que a roda iria se desintegrar de vez, mas de algum modo continuamos em frente. Instiguei os cavalos a manter a velocidade. Estávamos agora pescoço com pescoço com Apolo. Hefesto vinha logo depois. Ares e Hermes estavam ficando para trás, lado a lado enquanto Clarisse enfrentava Connor Stoll de espada contra dardo. Se fôssemos atingidos mais uma vez na roda, sabia que iríamos capotar.
– Você é meu! – gritou o auriga de Apolo. Era um campista de primeiro ano. Não me lembro do seu nome, mas certamente tinha autoconfiança.
– Ah, tá! – Annabeth gritou de volta. Ela pegou o segundo dardo – um grande risco, considerando que ainda tínhamos uma volta completa pela frente – e o lançou contra o auriga de Apolo.
A pontaria foi perfeita. A ponta rombuda surgiu bem no momento em que o dardo atingiu o auriga no peito, derrubando-o sobre o parceiro e fazendo os dois tombarem da carruagem num salto-mortal para trás. Os cavalos sentiram as rédeas afrouxarem e enlouqueceram, galopando direto para a multidão. Campistas correram procurando proteção enquanto os cavalos passaram no canto das arquibancadas e a biga dourada virou. Os animais galoparam de volta para o estábulo, arrastando a carruagem emborcada atrás deles. Consegui manter nossa biga inteira ao longo da segunda curva, a despeito dos gemidos da roda direita. Passamos pela linha de partida e entramos trovejando na volta final. O eixo rangia e chiava. A roda instável estava nos fazendo perder velocidade, muito embora os cavalos respondessem a todos os meus comandos, correndo como uma máquina bem lubrificada. A equipe de Hefesto continuava avançando. Beckendorf sorriu ao pressionar um botão no seu painel de controle. Cabos de aço foram lançados da frente de seus cavalos mecânicos e se enroscaram na traseira de nossa biga. A carruagem estremeceu quando o sistema de guincho de Beckendorf começou a funcionar – arrastando-nos para trás enquanto Beckendorf era puxado para a frente.
Annabeth praguejou e puxou sua faca. Ela golpeou os cabos, mas eram grossos demais.
– Não consigo cortá-los! – gritou. A carruagem de Hefesto estava agora perigosamente próxima, os cavalos a ponto de nos esmagar com os cascos.
– Troque comigo! – disse a Annabeth. – Pegue as rédeas!
– Mas...
– Confie em mim!
Ela passou para a frente e agarrou as rédeas. Eu me virei, num esforço para manter o equilíbrio, e destampei Contracorrente. Dei um golpe para baixo e os cabos arrebentaram como linha de pipa. Fomos lançados para a frente, mas o auriga de Beckendorf simplesmente deu uma guinada para a esquerda e encostou a biga ao nosso lado. Beckendorf puxou sua espada. Ele desferiu um golpe contra Annabeth, e eu o desviei. Estávamos entrando na última curva. Jamais conseguiríamos. Eu precisava desestabilizar a carruagem de Hefesto e tirá-la do caminho, mas também tinha de proteger Annabeth. Beckendorf era um cara legal, mas isso não significava que ele não iria mandar nós dois para a enfermaria se baixássemos a guarda. Estávamos agora pescoço com pescoço, Clarisse se aproximando atrás, recuperando o tempo perdido.
– Até mais, Percy! – gritou Beckendorf.
– Aí vai um presentinho de despedida!
Ele atirou uma bolsa de couro em nossa biga. Aquilo grudou imediatamente no piso e começou a soltar uma fumaça verde.
– Fogo grego! – gritou Annabeth.
Eu praguejei. Tinha ouvido histórias sobre o que o fogo grego era capaz de fazer. Calculei que teríamos talvez dez segundos antes que aquilo explodisse.
– Livre-se dele! – gritou Annabeth. Mas eu não podia. A carruagem de Hefesto ainda estava ao lado, aguardando até o último segundo para se certificar de que seu presentinho explodiria. Beckendorf me mantinha ocupado com sua espada. Se eu baixasse a guarda por tempo suficiente para lidar com o fogo grego, Annabeth seria fatiada, e nós nos arrebentaríamos de um jeito ou de outro. Tentei chutar a bolsa de couro para longe, mas não consegui. Ela estava bem grudada. Então me lembrei do relógio. Não sabia como aquilo poderia ajudar, mas consegui apertar o botão do cronômetro.
No mesmo instante o relógio se transformou. Expandiu-se, o aro de metal girando para fora como um obturador de máquina fotográfica antiga, e uma correia de couro se enrolou em torno do meu antebraço até que me vi segurando um escudo de guerra redondo com um metro e meio de diâmetro, o lado de dentro de couro macio, o lado de fora de bronze polido, com desenhos gravados que não tive tempo de examinar. Tudo o que sabia era que Tyson se saíra bem. Ergui o escudo e a espada de Beckendorf retiniu contra ele. Sua lâmina se estilhaçou.
– O quê? – gritou ele. – Como...
Ele não teve tempo de dizer mais nada porque eu o atingi no peito com meu novo escudo e o fiz voar da carruagem e rolar pela poeira. Eu estava prestes a usar Contracorrente para golpear o auriga quando Annabeth gritou:
– Percy!
O fogo grego estava soltando fagulhas. Enfiei a ponta da minha espada embaixo da bolsa de couro e a usei como espátula. A bomba incendiaria saiu do lugar e voou para dentro da carruagem de Hefesto, caindo nos pés do auriga. Ele soltou um ganido. Em uma fração de segundo o auriga fez a escolha certa: mergulhou da carruagem, que seguiu em diagonal e explodiu labaredas verdes. Os cavalos de metal pareciam estar em curto-circuito. Contornaram e arrastaram os destroços em chamas na direção de Clarisse e dos irmãos Stoll, que tiveram de se desviar para evitá-los. Annabeth puxou as rédeas para a última curva. Eu me segurei, certo de que iríamos capotar, mas de algum modo ela conseguiu continuar e tocou os cavalos pela linha de chegada. Um clamor se ergueu da multidão. Depois que a carruagem parou, nossos amigos se aglomeraram ao nosso redor. Começaram a entoar nossos nomes, mas Annabeth gritou, por cima do barulho:
– Esperem! Escutem! Não fomos apenas nós!
A multidão não queria silenciar, mas Annabeth se fez ouvir:
– Não teríamos conseguido sem outra pessoa! Não poderíamos ter ganhado esta corrida, nem conseguido o Velocino, nem salvado Grover, nem nada! Devemos nossas vidas a Tyson...
– Meu irmão! – disse eu, bem alto para todos ouvirem. – Tyson, meu irmãozinho mais novo.
Tyson corou. A multidão delirou. Annabeth me tascou um beijo na bochecha. Os gritos ficaram ainda muito mais altos depois disso. Todo o chalé de Atena nos ergueu nos ombros, Annabeth, Tyson e eu – e nos carregou em direção ao pódio dos vencedores, onde Quíron aguardava para entregar as coroas de louros."
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